Respirar para existir

Não preciso de muito para existir. Basta eu respirar, levantar todos os dias e sorrir como se nada estivesse acontecendo — como se tudo não me atingisse. Não preciso de muito para viver. Só tenho que aproveitar mais cada momento, cada dia, cada oportunidade. Sorrir mais sem motivos, chorar menos sem motivos, e ter algum motivo para ter motivos. Não preciso de muito para ser feliz, só preciso querer, só preciso existir, só preciso viver, só preciso ser eu mesmo. É o suficiente, isso basta. Ter alguém é inexplicável, é ótimo, é o caminho da perfeição, mas não é tudo. Amor próprio é essencial. Eu nunca me sentirei preenchido se não me sentir especial, se eu me olhar no espelho e não me achar bonito, se eu olhar para minhas atitudes e não sentir alivio. Antes de amar alguém, eu tenho que amar cada parte do meu corpo, tenho que aprender a me abraçar, a me querer, e, principalmente, a me transbordar. Preencher com satisfação cada buraco do meu corpo, cada vazio que venha a existir na minha superfície flácida. E tenho que crescer por mim mesmo, sem usar terceiros como degrau. Eu tenho que ser o edifício inteiro, tenho que ser cada tijolo de concreto e tenho que ser forte para aguentar cada sopro, cada tempestade, cada ventania. Tenho que olhar de cima para aqueles que um dia me usou como escada para alcançar uma altura suficiente para aprender com a queda, e sorrir. Porque eu sou mais que tudo isso, porque eu sou homem na pele de um menino singelo, eu sou tudo isso e um pouco mais. E, com toda a certeza do mundo, eu sou suficiente. Não sou perfeito, longe disso, mas sou ideal para me fazer feliz e para ser feliz com quem quer ser feliz ao meu lado.

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