Perco-me nas horas e perdi-me sem acabar o texto...



Perco-me nas horas, há um vazio que me deixa.
Partes num silêncio absoluto, deixas-me na ausência que me trazes para ficar.
O tempo ensina-me a cada hora dos meus dias que não há nada para nós para além do vazio que nós confiamos.
Fiquemos, então, assim.

Não há espaço para nós dois no mesmo mundo.
Só a distância nos é permitida, tão perto que estamos um do
outro, tão longe que nos encontramos, afinal.
Invento-te neste mistério que nos impõe um muro intransponível

que sinto, oh se sinto, jamais será derrubado.
Quero tirar estas dúvidas que me cegam.
O tempo não nos pertence, não a nós.

Fica o que restou, a viagem sem regresso que se dá, de emoções.
Eu sou o sol e a lua que se beijam, o céu e o mar que se tocam num fim de tarde pintado de mil cores.

Tu és, não sei, o cinzento dos dias que me cercam, a chuva a cair numa noite fria.
A minha alma está vazia.

Hoje, tive vontade de ir ao teu encontro, abraçar-te, pedir-te para...
Queres voar comigo?

Voar para lá do vento, entre o sonho e o que ficou por inventar?
Queres descobrir comigo as cores do arco íris e pintar as nossas vidas de aguarela?
Ficaria tudo tão suave, as nossas almas sentiriam a liberdade que nos foi...
Poderíamos atingir a plenitude de uma felicidade impossível de alcançar...


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